CABO VITÓRIO
NO DF NÃO EXISTE CRIME ORGANIZADO. NÃO EXISTEM FACÇÕES.
Enquanto o governo nega a presença de facções no DF, a realidade escancara o contrário: quase uma tonelada de droga, armas de guerra e um centro de distribuição desmantelado pela ROTAM em plena luz do dia. O crime organizado já se instalou no DF.

📰 ROTAM apreende R$ 1,8 milhão em drogas e armamento no Sol Nascente
Enquanto o GDF insiste em negar a presença do crime organizado no DF, uma operação da ROTAM revelou o contrário: quase uma tonelada de droga, armamento de guerra e movimentação típica de facção em pleno Sol Nascente.
Foi no calor da tarde,sob denúncia vaga e sem endereço certo, que começou a caçada. Nenhum dado concreto — só a certeza de que algo grave estava acontecendo "nas proximidades". O que se seguiu foi suor, faro e persistência. As viaturas partiram em patrulhamento extensivo, sentindo a cidade, ouvindo moradores, vasculhando quadra por quadra. A cada esquina, a ROTAM refinava o rumo. Moradores se aproximaram e indicaram onde “tava rolando um traço forte de droga”.
E, nesse varrer de quadras e becos, começaram a surgir sinais mais claros. Informações desencontradas passaram a fazer sentido diante de certos comportamentos. Um carro, um casal — exatamente como descrito nas denúncias —, reagiu com nervosismo ao avistar as viaturas. Tentaram sair rápido, como quem precisa desaparecer antes que algo aconteça. Foi o suficiente. A patrulha agiu com precisão. Abordou. E, a partir dali, o caminhose abriu.
Nada foi rápido. Tudo exigiu decisão em segundos e atenção de horas. A operação inteira — da denúncia ao flagrante — se desenrolou em uma única tarde. E o que se revelou não era ponto de uso, nem esconderijo improvisado. Era entreposto. Quase uma toneladade droga, munição de guerra, armamento pesado e centenas de tabletes de maconhae skunk prontos para distribuição.
💰 Quase R$ 2 milhões em droga, armas e munição
Após a abordagem ao casal — que tentou sair da área ao avistar a viatura — os policiais chegaram até a residência onde eles moravam, no Sol Nascente. No local, a ROTAM encontrou o que parecia um centro de distribuição.
A quantidade de material apreendido escancara a estrutura por trás da operação criminosa. Não era tráfico de varejo — era distribuição em larga escala. Foram 880 tabletes de maconha prensada, além de cerca de 48 quilos de skunk, uma variação mais concentrada da droga, conhecida como “supermaconha” no mercado ilegal. Cada quilo pode chegar a R$ 15 mil.
Somado ao arsenal encontrado — um fuzil calibre 7,62, uma espingarda calibre 12, munições de alto calibre e balanças de precisão — o prejuízo estimado ao crime ultrapassa R$ 1,8 milhão. O fuzil, por si só, é avaliado em mais de R$ 60 mil no mercado negro.
A forma como tudo estava embalado, armazenado e separado para envio reforça o que os policiais já suspeitavam em campo: a droga não era destinada apenas à região. O entreposto abasteceria outros pontos do DF — e possivelmente até outros estados.
🚨 As facções já se instalaram, embora o Estado finja que não
Enquanto o GDF promove campanhas e discursos dizendo que o DF está "blindado" contra facções, os números e as ruas contam outra história. A apreensão feita pela ROTAM no Sol Nascente não é fato isolado. Ela se soma a uma série de ações recentes que apontam para a mesma direção: o crime organizado está se estruturando no DF — com logística, armamento e rede de distribuição.
Não se trata mais de pequenos grupos ou “iniciativas locais”. O que se vê são rotas, entrepostos, armas de guerra, drogas com padrão de mercado, atuação coordenada. A negativa oficial da presença de facções na capital soa, cada vez mais, como omissão — ou pior: conveniência política.
Enquanto a tropa age como que tem, o governo empurra o problema com slogans. O silêncio institucional diante de operações desse porte é mais do que desconexão: é abandono. A criminalidade não espera portaria, decreto ou coletiva de imprensa. Ela já entrou. E, sem resposta à altura, vai se espalhar.
👊 ROTAM na linha de frente: quando o combate vem de baixo
A operação que desmantelou o entreposto no Sol Nascente não foi fruto de grandes estratégiasde gabinete. Nasceu do patrulhamento, da escuta ativa de moradores, da leiturade rua feita por quem conhece o território e não espera comando para agir.
Em poucas horas, a ROTAM mapeou, cruzou dados empíricos e reagiu com precisão. Nenhuma estrutura institucional previa aquele flagrante — e nenhuma política pública sustentou o resultado. Foi suor, experiência e iniciativa.
Nomes como o do tenente Marques, que já foi praça e hoje comanda a equipe com respeito e firmeza, aparecem apenas nos bastidores. Mas é esse tipo de comando que tem garantido ações com resultado real, mesmo com efetivo reduzido e ausência de investimento em inteligência prática.
Enquanto o topo da estrutura opera na retórica, é a base que encara a rua de verdade. São os que patrulham, escutam, leem o que não está escrito e agem quando o Estado se omite.
📎 Flagrante registrado e materiais apreendidos
O homem abordado assumiu a propriedade da droga e das armas encontradas na residência. A mulher foi conduzida como testemunha e declarou ter conhecimento do armazenamento, afirmando que o material pertencia ao companheiro. As crianças que estavam com o casal foram entregues a familiares.
A ação marcou uma das maiores apreensões feitas pela ROTAM em 2025 — tanto pelo volume de droga e pelo arsenal envolvido, quanto pela forma como foi conduzida: com base no patrulhamento ativo, na leitura atenta da tropa e no compromisso com o querealmente importa — proteger a população, mesmo quando faltam estrutura, investimento ou reconhecimento por parte do governo. Foi uma resposta direta, firme e precisa, que desmontou uma rede criminosa em plena expansão. E que só aconteceu porque, do outro lado, havia policiais dispostos a ir até o fim.
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