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AFASTADO POR MEDIDA PROTETIVA, CORONEL É ESCALADO PELA PMDF PARA MISSÃO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS HUMANOS

Mesmo denunciado por violência doméstica e afastado do lar por ordem judicial, coronel Fábio Margarido foi autorizado pela PMDF para representar o Brasil como instrutor em curso de direitos humanos no Chile.

PMDF
AFASTADO POR MEDIDA PROTETIVA, CORONEL É ESCALADO PELA PMDF PARA MISSÃO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS HUMANOS 📸 Coronel Ana Paula e Fábio Margarido em formatura do BOPE. Meses depois, ele foi autorizado a representar a PMDF em curso internacional, mesmo sendo alvo de medida protetiva por violência contra mulher.

📌 Autorização para viagem internacional

Mesmo denunciado por violência doméstica eafastado do lar por ordem judicial, o coronel Fábio Margarido foi autorizadopela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), instituição comandada por umamulher, a representar a corporação — e o Brasil — como instrutor oficial em um curso internacional sobre direitos humanos.

A autorização prevê dispensa de ponto entre os dias 22 de julho e 1º de agosto de 2025,quando o oficial estará em Santiago, noChile, participando do 3º Curso deFormação de Instrutores em Normas Internacionais de Direitos Humanos Aplicáveisao Gerenciamento de Crises.


🔥 Investigado por violênciadoméstica

Em 2023, Fábio Margarido foi denunciado pelaentão companheira, com base na Lei Mariada Penha, por violênciaemocional, intimidação e abuso psicológico, tendo sido afastado do lar, proibido de manter contato com avítima e impedido de portar armas, por decisão do Juizado de ViolênciaDoméstica de Águas Claras.

Segundo a vítima, o oficial — que à época era comandante do BOPE — “assumia postura agressiva, fazia ofensasverbais, a chamava de ‘pilantra’, ‘igual mulher da rua’ e a tratava comconstante desdém, inclusive deixando sua arma de fogo exposta à vista do filhopequeno do casal”.

As medidas protetivas foram deferidas com base no risco de nova violência. Avítima relatou ter desenvolvido crises depânico, ansiedade e depressão, e chegou a expressar medo de ser morta. A Justiça, em suadecisão, destacou a necessidade de açãorápida para conter o cenário de ameaça.


🎭 Discurso de vitrine, prática de blindagem

A comandante-geral da PMDF, coronel Ana PaulaHabka, tem se apresentado publicamente como símbolo de avanço institucional ecompromisso com a proteção das mulheres. Em campanhas oficiais, a corporaçãotem exaltado slogans como “PMDF contra a violência doméstica” e “mulher, não secale”. Mas os bastidores mostram outra realidade.


A autorização para que o coronel Fábio Margarido — alvo de medida protetiva por violência psicológica — represente a corporação em um curso internacional de direitos humanos não é um desvio pontual, mas parte de um padrão de proteção institucional a oficiais denunciados por violência contra mulheres. Em maio deste ano, já revelamos, na matériaintitulada “Promovidoapós agredir a esposa: PM que espancou companheira é premiado pela corporação”, que a comandante Ana Paula promoveu o tenente-coronel Eduardo Ferreira Coelho, preso em flagrante por espancar brutalmente a esposa na frente da filha de 2 anos. Poucos dias depois, ele foi nomeado chefe da seção financeira do Departamento de Saúde da PMDF, com direito a gratificação.


Ambos os casos ocorreram sob o comando de Ana PaulaHabka, que, apesar do discurso institucional, não rompeu com a lógica de proteção seletiva. Pelocontrário: a estrutura continua premiando quem tem patente alta, ainda que comhistórico de agressão.

O discurso de enfrentamento à violência contra amulher segue restrito às redes sociais e campanhas publicitárias. Na prática, quem agride — se for oficial — ganhapromoção, prestígio e passagem internacional.


❓Direitos humanos seletivos?

A escolha do nome de Margarido reacende o debatesobre como a PMDF trata seus oficiais mais graduados quando são denunciados porviolência doméstica. A autorização para representar a corporação em missãointernacional — justamente em um curso sobre direitos humanos — não parece reconhecer mérito técnico, massim reforçar a política de blindagem erecompensa institucional ao silêncio interno.


🚨 Silêncio, conivência e repetição

Casos como o de Fábio Margarido e EduardoFerreira Coelho não são desvios isolados, mas sintomas de uma estruturahierárquica que protege os de cima enquanto pune com rigor os de baixo.

Enquanto praças são expulsos sumariamente por divergências políticas oucobranças legítimas por melhores condições de trabalho, oficiais com históricode violência seguem promovidos, premiados e enviados ao exterior comorepresentantes da instituição.

Tudo isso sob o comando de Ana Paula Habka. Acomandante-geral da PMDF, que tenta sustentar uma imagem de modernidade ecompromisso com os direitos das mulheres, temsido cúmplice por omissão — ou por decisão — da blindagem de oficiaisdenunciados por agressão doméstica. Seu discurso público não resisteaos atos administrativos que assina, nem aos nomes que escolhe para representara corporação.

A PMDF insiste em vestir o discurso dosdireitos humanos diante das câmeras, mas sua prática interna revela um sistemaseletivo, que silencia vítimas, protege agressores e transforma a impunidade emcarreira.

Se nada mudar, a mensagem será clara — não para a sociedade, mas para dentroda tropa: na PMDF, basta ter estrela noombro para estar acima da lei. E quem comanda, endossa.



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