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Brasília,02/08/2025

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CABO VITÓRIO

DESFILIAÇÃO EM MASSA NO SINPRO-DF APÓS ENCERRAMENTO DA GREVE

Parte da categoria acusa SINPRO-DF de atropelar decisão coletiva; movimento de desfiliação ganha força após assembleia

Cabo Vitório - A Voz dos Praças
DESFILIAÇÃO EM MASSA NO SINPRO-DF APÓS ENCERRAMENTO DA GREVE Movimento de desfiliação ganha força após assembleia conturbada que encerrou a greve. Professores lideram críticas à condução do sindicato.

✋ Assembleia do fim da greve termina em revolta: “Nos calaram à força”

O que deveria ser uma assembleia democrática terminou em indignação, confusão e acusações de fraude. No 23º dia de paralisação, a direção do SINPRO-DF anunciou o fim da greve dos professores da rede pública. Mas a decisão parece não ter refletido a vontade da maioria presente, segundo diversos relatos.


Gritos de “Vergonha!”, “Sinpro sem vergonha!”, “Pelegos!” e “Traidores!” ecoaram no estacionamento da antiga Funarte. Parte expressiva da categoria afirma que o resultado da votação foi manipulado, e que a maioria havia decidido manter a greve.





“Eu estava lá, vi, filmei. O coro foi claro: ‘é greve!’ Eles ignoraram”, relatou uma professora. “Nunca me senti tão traída. Não foi uma decisão, foi um golpe da direção”, disse outro docente.

A tensão foi tanta que a Polícia Militar precisou ser acionada para conter os ânimos. Diretores do sindicato foram vaiados, hostilizados e protegidos por seguranças — que chegaram a empurrar professores durante o tumulto.

Para muitos educadores, a assembleia não teve transparência nem legitimidade. O sentimento predominante é de que o encerramento do movimento foi imposto de cima pra baixo, atropelando a mobilização histórica da base.

“Voltamos porque nos traíram. Não foi pelas ameaças do governo, foi pela covardia do sindicato”, disparou uma servidora contratada.

🟥 Professores temporários se revoltam e puxam debandada do sindicato

Entre os grupos mais indignados com o encerramento da greve estão os professores contratados temporariamente, que deixaram claro não se sentirem contemplados no acordo firmado entre o SINPRO-DF e o GDF.

Além da ausência de qualquer garantia de valorização profissional, os temporários denunciam o silêncio total do sindicato sobre o principal problema da categoria: os descontos previdenciários que não são repassados ao INSS.

A revolta virou ação: professores temporários iniciaram um movimento de desfiliação em massa, acusando a entidade de omissão e abandono.

“Estamos desfilando do sindicato em massa! Não nos curvaremos à vontade desse ditador. A resposta vem nas urnas ano que vem!”, desabafou uma professora.

O descontentamento se espalhou pelas redes com tom irônico:


Para muitos, a condução da assembleia do dia 25 foi apenas a gota d’água de um desgaste antigo — o sindicato perdeu a confiança de quem mais precisava ser defendido.

📄 Boletim do SINPRO circula antes mesmo da votação: “Nem teve assembleia ainda!”

Um panfleto com o selo oficial do SINPRO-DF começou a circular na redes sociais ainda na manhã desta terça (25), antes da conclusão da assembleia que decidiria o fim ou continuidade da greve. O material, com o título “Arrancamos conquistas: a greve para, a luta segue”, já anunciava o encerramento da paralisação — mesmo sem qualquer deliberação oficial.


A publicação gerou revolta entre professores presentes, que viram na ação uma clara tentativa de induzir o resultado da assembleia, levantando suspeitas de que a decisão já estaria tomada, independentemente da vontade expressa da categoria.

“Nem teve assembleia ainda!”, protestou uma professora, ao lado da imagem do panfleto.

A antecipação do conteúdo só aprofundou as acusações de manipulação e desmontou qualquer argumento de transparência por parte da direção sindical.

🎙️ Professora contesta pauta da greve: “Começou com uma coisa, terminou com outra”

Uma educadora que esteve presente nas assembleias avaliou que a greve teve um início impulsionado por motivações mais políticas do que pedagógicas — e que o desfecho não refletiu o que havia sido apresentado no começo do movimento:

“A primeira assembleia que definiu a greve foi muito tendenciosa. Ninguém falou ponto negativo. Eles colocaram várias pautas, tipo superlotação, violência, desvalorização… mas, no final, o que foi reivindicado mesmo foi só reajuste, e nem isso veio.”

“Essa gratificação dobrada é irrisória. Vai dar uns 200 reais a mais, dependendo da titulação. Isso não paga nem metade do nosso adoecimento em sala de aula.”

Segundo a professora, a eleição interna do sindicato teria sido um dos motivos para a convocação da greve, como forma de mostrar força política.

“Fecharam a greve com uma proposta que não tem nada a ver com o que começaram a pedir. Parte da luta acabou, e agora sabe Deus quando vão pedir aumento de novo.”

🧨 Parte dos professores deixa a greve com sentimento de ruptura

Para uma parcela significativa dos professores, o encerramento da greve não simbolizou vitória, tampouco solução. O que fica é um sentimento amargo de imposição, apagamento e ruptura.

As denúncias de manipulação da votação, a omissão sobre pautas urgentes — como a situação dos temporários e os descontos previdenciários não repassados — e a postura da direção diante das críticas geraram uma fissura que dificilmente será ignorada daqui pra frente.

Esse grupo sai da mobilização com a clara percepção de que não foi ouvido, não foi respeitado e não foi representado. O que deveria marcar o fim de uma luta coletiva virou, para muitos, o início de um novo enfrentamento — agora dentro da própria estrutura sindical.

A greve terminou. O desgaste, não.



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