CABO VITÓRIO
OS 11 PIONEIROS ESQUECIDOS DO COLÉGIO MILITAR TIRADENTES
Deram aula sem estrutura, equilibraram farda e giz, ergueram a escola do zero — e hoje são ignorados até nos agradecimentos.

🎖️ Professores praças pioneiros do Colégio Militar Tiradentes seguem ignorados pela gestão
Em 2012, no meio do ano letivo, nasceu o Colégio Militar Tiradentes. A ideia parecia ousada demais: três turmas, noventa alunos e um sonho — oferecer ensino de qualidade aos filhos de policiais militares do Distrito Federal. Não havia auditório, sala temática ou estrutura moderna. Havia apenas vontade. E havia eles: os 11 praças que disseram sim quando a história chamou.
Eles foram os primeiros professores do colégio. Soldados e sargentos que dividiam o tempo entre rondas e quadros de giz, entre boletins de ocorrência e planos de aula.
Foram eles que aceitaram dar aula onde hoje funciona a DSAP, antes que qualquer estrutura estivesse montada.
Não tinha palco, mas já tinha entrega. Não tinha nome nacional, mas já tinha honra local.
Treze anos depois, o Colégio Militar Tiradentes virou referência. Está entre os 15 melhores no ENEM. Soma centenas de aprovações em universidades públicas e medalhas em olimpíadas estudantis. Nas redes sociais da escola, nos palanques de aniversário, sempre os mesmos rostos: coronéis, ex-comandantes, autoridades. Mas e os praças? E os professores da linha de frente?
Esqueceram. Ou fizeram questão de esquecer.
Ano após ano, o colégio comemora sua ascensão apagando quem o ergueu. Não há citação, convite ou memória institucional para aqueles que, literalmente, fizeram o CMT existir. São eles:
ST Harisson (Ciências)
Sgt Espindola (Matemática)
Sgt Pires (Educação Física)
Sgt Ramon (Geografia)
Sgt Rarache (Inglês)
Sgt Gil (Espanhol)
Sgt Santana (Gramática)
Professor Jutiê (Literatura)
Sgt Matias (Filosofia/Sociologia)
Sgt Wirley (Matemática)
Sgt Esly Luz (História/Xadrez)
Sem esse time, o colégio não teria sequer aberto as portas. Hoje, com paredes bem pintadas, salas com projetores e formaturas com banda e tapete vermelho, os pioneiros seguem fora da foto.
A quem interessa esse esquecimento? Por que os protagonistas da origem foram banidos da memória oficial? Não é descuido. É apagamento institucional.
Enquanto os discursos se repetem e os aplausos sobem para quem chegou depois, fica aqui o registro: o Colégio Militar Tiradentes tem muitos nomes homenageados — mas só 11 pioneiros esquecidos. E a história não perdoa quem finge que eles não existiram.
📣Se a instituição silencia, a voz dos praças não.
Nosso reconhecimento vai, com todas as letras e com todo o respeito, a quem fez antes de haver estrutura, a quem ensinou antes de haver sala, a quem acreditou antes de haver resultado.
Obrigado, ST Harisson, Sgt Espindola, Sgt Pires, Sgt Ramon, Sgt Rarache, Sgt Gil, Sgt Santana, Professor Jutiê, Sgt Matias, Sgt Wirley e Sgt Esly Luz.
Vocês não foram apenas professores. Foram pioneiros.
Não foram só praças. Foram pilares.
E mesmo que a gestão não diga, a história — a verdadeira — sabe exatamente quem vocês são.
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