CABO VITÓRIO
CAPITÃO BINÁRIO USOU PERFIL FAKE PARA INDUZIR LIDERANÇA DA PM A CRÍTICA INDEVIDA — E CONFESSOU FURTOS NO PRÓPRIO HISTÓRICO
Capitão reformado com transtornos psiquiátricos confessou ter usado redes falsas para induzir Jabá a um comentário que resultou em sua condenação por crítica indevida. No mesmo laudo, admitiu envolvimento com gangues e a prática de pequenos furtos.

🔹 1. O alvo: Jabá em 2014, a voz que incomodava a PMDF
Em 2014, Jabá — sargento Lusimar Torres Arruda — era uma das principais lideranças políticas da PMDF. Reconhecido pela tropa por sua atuação firme e estratégica, já havia enfrentado a repressão da própria corporação por defender pautas coletivas.
Com forte influência entre os praças e articulação direta com deputados e lideranças civis, Jabá era visto como um nome incômodo por setores do comando. Nesse cenário de tensão política interna, qualquer deslize era munição — e qualquer crítica, uma brecha para retaliação disciplinar. Foi nesse ambiente que surgiu a acusação por crítica indevida.
🔹 2. A Armadilha: como foi construída a condenação
A acusação que o condenou surgiu após uma publicação feita em 2014, no Facebook, em que Jabá supostamente compartilhou um memorando assinado pelo então capitão André Luiz Cirolini, com um comentário sobre “cobranças ridículas”. O conteúdo foi interpretado como “crítica indevida” e resultou em processo e condenação (TJDFT – Acórdão 1112468).
Mas hoje trazemos a verdade à tona. A equipe teve acesso a um relatório psiquiátrico de 22 de outubro de 2019, onde o então capitão André Luiz Cirolini — hoje Andréa Cirolini — descreve, com riqueza de detalhes, um histórico de surtos, paranoia, ideação suicida, comportamento manipulador e episódios de mania de perseguição envolvendo superiores e subordinados. No documento, relata acreditar que estavam “todos contra ele” e afirma ter cogitado matar alguém dentro da corporação.
Cirolini também admitiu que usava perfis falsos no Orkut para vigiar colegas e justificava essa conduta dizendo que a mentira “fazia parte” de sua estratégia, por já ter atuado na inteligência. Nos trechos mais delirantes do relatório, relata que acreditava em “agentes infiltrados”, “influência politiqueira” e numa conspiração dentro da corporação, chegando a dizer que os médicos achavam que ele “criava uma fantasia”.
Diante do perfil paranoico e manipulador descrito no próprio laudo — com surtos, uso de perfis falsos, comportamento persecutório e tendência a criar fantasias —, ganha corpo a hipótese de que a denúncia anônima que levou à condenação de Jabá tenha sido preparada pelo próprio Cirolini, como parte de uma estratégia para incitar e induzir o sargento a uma reação.
É plausível que tenha sido o próprio Cirolini quem preparou a armadilha: criou a provocação, incitou a crítica e depois acionou o sistema disciplinar para punir quem reagisse.
O histórico mostra que Cirolini já utilizava redes falsas para vigiar colegas e admitia que a mentira era ferramenta de atuação. Nesse contexto, ganha força a hipótese de que a denúncia anônima contra Jabá tenha sido arquitetada pelo próprio capitão — especialmente considerando o momento em que vivia, tentando recuperar espaço e aceitação institucional após episódios públicos de desequilíbrio e desgaste profissional.
Em 2014, Jabá era uma das vozes mais respeitadas entre os praças, com capital político crescente. E a entrega de sua cabeça ao comando da corporação, com certeza, traria espólios.
🔹 3. O perfil de Cirolini: Doentio, Perigoso e Autodeclarado Desonesto
O prontuário psiquiátrico de André Luiz Cirolini, produzido pela própria PMDF, escancara um perfil instável e perigoso. O documento aponta transtorno bipolar tipo I com sintomas psicóticos, além de episódios de delírios de perseguição, surtos emocionais, impulsos violentos e ideação suicida — quadro agravado por sua obsessão com “agentes infiltrados” e teorias conspiratórias envolvendo colegas e superiores.
Mais que isso: o próprio Cirolini confessou no relatório que, ainda na juventude, cometeu pequenos furtos e participou de gangues. Já na vida militar, admitiu que mentia e manipulava informações como parte de sua atuação, alegando que essas estratégias eram “necessárias” por já ter trabalhado na inteligência. Mesmo com esse histórico, seus relatos foram tomados como verdade absoluta — e serviram de base para condenar uma das principais lideranças da tropa.
A pergunta que fica é: se Cirolini foi capaz de alterar o gênero unicamente para processar a ex-companheira sob nova identidade, o que esse personagem tão desequilibrado não seria capaz de fazer para incriminar alguém como Jabá, justamente num momento de tensão política dentro da PMDF?
🔹 4. O caminho da revisão: a verdade que pode devolver a inocência a Jabá
Diante das novas evidências sobre o comportamento e o histórico psiquiátrico de Cirolini — incluindo surtos, delírios, manipulações e o uso de perfis falsos — ganha força a necessidade de reavaliar a condenação de Jabá.
Os elementos revelados não apenas colocam em dúvida a integridade da acusação, como apontam para uma possível armação arquitetada por um oficial com comprovado desequilíbrio mental e motivação pessoal. Há material suficiente para fundamentar uma revisão criminal e restabelecer a inocência de uma das lideranças mais legítimas da tropa.
COMENTÁRIOS